quinta-feira, 14 de abril de 2011

Nesse caso o país se divide!!


Ninguém se entende sobre o tema. A comoção nacional, provocada pela tragédia na escola do Rio de Janeiro, trouxe de volta o debate sobre o uso de armas de fogo no Brasil. Na busca alucinada por uma reação oficial, que traga medidas concretas em defesa da população, autoridades e representantes da chamada sociedade civil requentam a proposta do desarmamento.Neste momento, o Congresso Nacional realiza reuniões para discutir a eventual repetição de um plebiscito popular que decidiria a proibição do comércio de armas de fogo. Mas isso foi feito em 2005. E 64% dos eleitores votaram pela liberdade de comércio e pelo direito da família manter uma arma em casa para sua defesa.Portanto, trata-se de uma questão sobre a qual a população brasileira já se manifestou e tomou um lado no debate. Naturalmente, as coisas mudam e nada impediria que uma nova consulta viesse a ser indicada como uma boa providência – se houver elementos novos que justifiquem esse caminho.Ocorre que a ação do atirador no Rio não tem relação direta com o problema do controle de armas. Depois das manifestações imediatas em favor do desarmamento, surgem muitas vozes alegando a inutilidade de um novo referendo, uma vez que isso não representaria qualquer ação preventiva para um caso como esse da chacina na escola.O próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que num primeiro momento mostrou-se favorável ao plebiscito, ontem, visivelmente desconfortável, disse que não é bem assim. Tratou de esclarecer que não manifestou uma intenção do governo e que o tema está sob análise.Para entornar o caldo na polêmica, as discussões abrem uma espécie de debate paralelo: proibir ou permitir a posse de arma é uma questão que invade a seara dos direitos individuais. Nesse ponto, as opiniões conflitantes indicam um cenário sem chance de conciliação. Do jeito que vai, não dá para saber, ainda, o que será decidido pelo parlamento e pelo governo brasileiro. De todo modo, seis anos depois, o País pode voltar às urnas para opinar sobre algo que parecia resolvido.
Bom seria a inexistência das armas. Melhor ainda, a inexistência da bandidagem – que aliás não está nem aí para campanhas de desarmamento. Mas a realidade não é assim. A verdade é que todo esse debate soa um tanto esquisito, fora de propósito, pela razão já citada: não é medida eficaz para evitar crimes como o da escola no Rio. O caso está em aberto, na ordem do dia – e, por enquanto, o Brasil não sabe o que fazer.
Retirado do blog de Celio Gomes da Gazeta

Um comentário:

  1. Eu tenho medo do rumo que essa situação pode tomar. Tudo está um verdadeiro caos e os limites se perderam faz tempo.
    Leis devem ser revistas e a segurança pública reforçada.
    É triste ver vidas serem perdidas de maneira tão banal.

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